Jesus, o verdadeiro amigo (p)1996
O artigo quinto da Constituição brasileira, no inciso VI, garante liberdade de culto religioso a todas as crenças, em todo o território nacional. Assim sendo, o astuto Satanás, arqui inimigo dos fiéis seguidores de Jesus, não tem base no Código brasileiro para perseguir abertamente e matar os filhos da promessa, residentes em nossa nação, como aconteceu nos tempos da igreja primitiva e, hoje, nos países onde o cristianismo é expressamente proibido e reprimido.
Isso pode deixar parecer, para aqueles que perderam a visão do céu, que Satanás tenha esmorecido em seu intento de destruir no homem a semelhança com Deus, que nosso Senhor Jesus resgatou na cruz (Gl 2.20). Satanás continua odiando mortalmente tudo o que é de Deus e tudo o que se parece com Deus, com a mesma ferocidade, malícia e sutileza do princípio.
De acordo com o lugar e as épocas, Satanás age das mais variadas formas, perseguindo, matando, espalhando falsas doutrinas, armando ciladas, atirando setas, provocando contendas, divisões, murmurações... e tudo isso da maneira mais dissimulada possível, pois sabe que se ele se apresentasse como é, as pessoas o reconheceriam e fugiriam dele, procurando abrigo seguro em Cristo.
Este mundo verdadeiramente jaz no maligno. E a luta do bem contra o mal, declarada no Éden, continua em largo crescimento, que só terá fim na batalha do Armagedom, com a aniquilação da antiga serpente, Satanás, pelo Soberano Senhor Jesus.
Vista sob o aspecto atual, como comprova a carta de nosso Senhor Jesus à apóstata igreja de Laodicéia, (Ap 3.17-18) a igreja de hoje não tem problemas sérios com respeito a contaminações doutrinárias, idolatrias, ou outras práticas expressamente abominadas por Deus.
A igreja atual tem pregação, tem missões, tem Escola Bíblica Dominical, tem cura, tem libertação, tem louvor, e tem também, entre outras coisas, os maiores mestres, teólogos, preletores e conferencistas de todos os tempos. Só não tem Jesus dentro dela. Onde Ele está?! Está do lado de fora lançando um último apelo individual: "Eis que estou à porta [do lado de fora] e bato..." (Ap 3.20). Por que Jesus saiu? Porque o mundo entrou com sua vaidade, sensualidade e costumes para dentro dela; que por não ser fria, Jesus levou-a à boca, mas, por não ser quente, e sim morna, Jesus está a ponto de vomitá-la.
A igreja do Novo Testamento, em seu estado final de apostasia, como organização representante de Deus na terra, na visão Daquele que anda no meio dos Sete Castiçais de Ouro, está por Ele reprovada, assim como foi com Israel como porta-voz de Deus. O que resta são os remanescentes que não mancharam suas vestes na sujeira moral deste mundo, os quais formam a Igreja que aguarda a vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Sob o disfarce de uma falsa retórica em defesa da moda, da arte e da cultura, o inimigo de nossas almas tem levado para o fogo do inferno milhões de pessoas que querem Jesus sem crer no evangelho da justificação, regeneração e santificação pela remissão de pecados no sangue do cordeiro de Deus, morto, sepultado e ressurreto, com todo o poder à direita da majestade nas alturas.
O cristianismo, sem renúncia, sem necessidade de arrependimento sincero, sem remissão de pecados, sem santidade, tornou-se uma atraente "opção de vida" para multidões que procuram uma congregação onde possam "esconder" seus pecados e continuar levando sua vida em estreitos laços de amizade com o mundo. Porque também tem-se sabido que a profecia contra o pecado tem provocado o êxodo das ovelhas do aprisco, e a conseqüente perda na "gordura" das ofertas.
Tais cristãos nominais, na verdade querem Jesus, mas querem o mundo também. Continuam vestidos de sacerdotes como Eli (I Sm 2.30-36) sem conhecerem no entanto a reprovação e juízo do Deus Santo, pela licenciosidade com o sistema religioso legalista e falido, imperante da atualidade.
Não há arma mais mortífera do que a mentira disfarçada da verdade (Gn 3.4-5). A armadura de Deus foi jogada para o lado por tantos professos cristãos que estão por aí andando com uma tremenda espada atravessada no peito, encravada pelo inimigo, em completa inanição espiritual.
As Escrituras confirmam: "A amizade com o mundo é inimizade contra Deus." (Tg 4.4). Esta passagem tem fundamento nas palavras do Senhor Jesus que disse: "Quem não é comigo, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha." (Mt 12.30). É como fariseus, que pensam purificarem-se a si mesmos pelo apego à religião, sem conhecerem, receberem e participarem do amor de Deus pelo perdão oferecido na cruz, com base na Sua mais perfeita justiça, na pessoa do Seu Filho Jesus Cristo.
Muitos chegando até entrar no Tabernáculo de Deus, clamando o sangue de Jesus no Altar do Holocausto, se convencendo de que podem receber luz no Candelabro de Ouro, comer dos Pães da Proposição, interceder no Altar do Incenso, atravessar o Véu e adentrar no Santo dos Santos, desprezando contudo, no Átrio, a Bacia de Bronze, a purificação pela água, que é a palavra de Deus (Jo 13.5-11).
O homem sem Deus descobriu que o evangelho, incompleto, dá dinheiro, e fez do cristianismo um verdadeiro mercado de bênçãos (Mt 11.15). E neste câmbio comercial, tais "profissionais do marketing religioso" limitaram as insondáveis riquezas de Deus em Cristo (Ef 3.8) a atraentes e passageiros produtos e benefícios terrenos oferecidos sem a menor importância à salvação e sua posição de santidade diante de Deus.
O mundo e a Igreja de Deus é como a água e o fogo; as trevas e a luz, quer dizer, não há —nem pode haver, comunhão porque a presença de um implica na ausência do outro.
Esta não é uma visão pessimista para os nossos dias. A degeneração moral e espiritual do homem nos últimos dias é fiel cumprimento das Escrituras Sagradas. Todavia, quem prega, pregue; quem ensina, ensine; quem canta, cante; quem profetiza, profetize..., porque Jesus, nosso amigo, está conosco até o último dia, na pessoa do Seu Espírito Santo operando com todo o poder e glória.
Nestes dias maus, confusos e sombrios, deste mundo, que conceda-nos Deus em Cristo a visão no Seu Espírito e a força na Sua graça (2 Tm 2.1) para reconhecermos e abstermo-nos da "amizade" oferecida pelo mundo. Que seja Cristo Jesus nossa Rocha e sustento no estreito caminho de renúncias (Mt 10.38) que a santidade de Deus nos exige para que tenhamos a completa certeza da esperança de que O veremos (Hb 12.14) e estaremos com Ele e Seus eleitos na eternidade (I Ts 4.17).
Amém